Por 3 votos a 1 os ministros entenderam que um dos depoimentos não tem relação com as investigações da Lava Jato, presidida por Sérgio Moro
Por André Richter - Repórter da Agência Brasil
A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta terça-feira (14) derrubar a decisão individual do ministro Edson Fachin que determinou o envio de um dos depoimentos de delatores da Odebrecht contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega para a 13ª Vara Federal em Curitiba, comandada pelo juiz federal Sérgio Moro.
Por 3 votos a 1, os ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski entenderam que um dos depoimentos nos quais há citações aos nomes de Lula e Mantega não tem relação com as investigações da Lava Jato, presidida pelo magistrado. Os pedidos para retirar a competência de Moro foram solicitados pela defesa dos acusados.
De acordo com um dos depoimentos de delação premiada de ex-executivos da Odebrecht, foram feitos pagamentos a Guido Mantega, que teriam sido usados por ele na campanha eleitoral do seu partido. Os depoimentos também citam suposta relação pessoal de Emilio Odebrecht com o ex-presidente Lula.
Com a decisão, os depoimentos delações deixarão a 13ª Vara Federal em Curitiba e serão divididas entre a Justiça Eleitoral e a Federal de Brasília.
Publicado no Brasil 247
Os agrotóxicos voltam à mira
Publicado na CartaCapital -
A condenação da Monsanto a pagar uma multa milionária a um americano que desenvolveu um câncer devido ao glifosato reacendeu o debate na França contra esse agrotóxico. O ministro da Transição Ecológica, Nicolas Hulot, evocou “o começo de uma guerra” contra a substância, que poderá ser utilizada até 2021 nas plantações francesas, segundo anúncio pelo atual governo.
A decisão do júri de São Francisco, que condenou a Monsanto a pagar quase 290 milhões de dólares ao jardineiro californiano Dewayne Johnson - que desenvolveu um câncer devido ao contato com o pesticida Roundup - entusiasmou os ecologistas europeus. Em novembro do ano passado, a União Europeia renovou por mais cinco anos a prolongação da licença do herbicida no bloco, provocando a ira dos ambientalistas. Segundo a OMS, o glifosato é um “provável cancerígeno”, de periculosidade 4, em uma escala de 1 a 5.
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Na França, o combate é liderado pelo ministro da Transição Ecológica, Nicolas Hulot. A principal batalha dele acontece dentro do próprio governo. O ecologista trava um braço de ferro com o Ministério da Agricultura, mais precisamente contra o ministro Stéphane Travert , contrário à inserir a proibição do glifosato na lei francesa até 2021.
Por outro lado, o presidente Macron se comprometeu, em maio, a banir a substância dentro desse prazo de três anos, segundo ele, “logo que alternativas forem encontradas”. Assim, na Assembleia francesa, um grupo de trabalho tem a complicada tarefa de discutir soluções para o rápido fim da utilização do glifosato na França.
“Tomamos uma primeira decisão na França, mas ela é apenas o começo de uma guerra que vamos realizar juntos para reduzir massivamente as moléculas mais perigosas”, afirmou Nicolas Hulot no sábado 11 à BFMTV sobre o compromisso firmado por Macron. Para ele, não são mais necessárias demonstrações sobre o perigo do glifosato “porque, enquanto esperamos, esses venenos farão efeito e a quantidade de vítimas será excessiva”, advertiu.
Uma declaração considerada exagerada por Franck Garnier, presidente da filial francesa do grupo Bayer, proprietário da Monsanto. Em entrevista à rádio Europe 1 no domingo 12, ele ratificou o discurso da gigante alemã que “o uso correto” do Roundup não representa risco à saúde.
“O termo ‘guerra’ é forte e eu considero inapropriado. Eu falaria muito mais do trabalho que devemos fazer em cooperação. Diria também que nós somos parte da solução” declarou, em referência às “medidas alternativas” à agricultura sem o glifosato, sobre as quais diz que a Bayer trabalha “intensamente”.
A eurodeputada Karima Delli, do partido Europa Ecologia Os Verdes, acredita que o ministro francês da Transição Ecológica deve ser mais categórico sobre o fim do uso do glifosato na França. “Sugiro que Nicolas Hulot diga concretamente: ‘agora é preciso probir’. Isso quer dizer que necessitamos definir uma data e um plano de ajuda que convença os agricultores que há alternativas para substituir o glifosato. Mas para isso é preciso que o ministro bata o martelo e que se aja rapidamente contra essa substância”, declarou em entrevista à rádio France Inter nesta segunda-feira 13.
Segundo ela, é preciso conscientizar os trabalhadores rurais que há soluções não-químicas para suas plantações. “O problema é que aprisionamos nossos agricultores em um sistema que depende do glifosato há cerca de 30 anos, convencendo-os de que essa substância era eficaz, fácil e barata, em detrimento de nossa saúde e nosso futuro. Por isso é preciso ajudá-los a encontrarem novas técnicas e materiais para alternativas menos químicas”, salienta.
Contra o glifosato na França
Dezenas de casos similares àquele do jardineiro americano Dewayne Johnson existem na França. Entre os mais conhecidos estão o da família Grataloup, de Vienne, no sudeste. O casal Sabine e Thomas acusa a Monsanto de ser a responsável pelas malformações do filho Théo, de 11 anos, que nasceu com graves problemas no esôfago e na laringe.
Sem saber que estava grávida, Sabine matava as ervas daninhas do espaço de equitação da família com o produto Glyper, da mesma gama do Roundup da Monsanto. Nove meses depois, Théo nascia e ia direto para a mesa de operação para que os médicos separassem seu sistema respiratório do digestivo. Com apenas 11 anos, o garoto passou por 53 cirurgias, tem dificuldade para se alimentar e falar.
Glifosato no Brasil
O glifosato é o agrotóxico mais utilizado no Brasil, principalmente nas plantações de soja. No início deste mês, a 7ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal deu o prazo de 30 dias para a suspensão do registro de produtos que utilizem três substâncias presentes em agroquímicos: o glifosato, abamectina e tiram. Segundo a juíza Luciana Raquel Tolentino de Moura, “está mais que suficientemente demonstrada a toxidade desses produtos para a saúde humana”.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária tem o prazo até o fim do ano para realizar uma nova avaliação dessas substâncias. A Advocacia-Geral da União tenta, no entanto, derrubar a decisão. O próprio ministro da Agricultura, Blairo Maggi, anunciou que o governo vai tentar revertê-la antes da próxima colheita porque, segundo ele, “todo o sistema de plantio direto é baseado no glifosato” e suspendê-lo seria “um retrocesso ambiental gigantesco”.
Central de recebimento de embalagens vazias em Patrocínio abre as portas para visitação da comunidade
Implantada no programa Campo Limpo, a logistica reversa que leva de volta as embalagens do agrotóxico que utilizado no campo. Foto: reprodução Youtube/Inpev
Da Redaçãoda Rede Hoje
O Dia Nacional do Campo Limpo, celebrado no dia 18 de agosto, faz parte do calendário nacional desde 2008, e, consequentemente, integra as comemorações anuais da Expocaccer, uma vez que a cooperativa coordena a central do inpEV (Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias) em Patrocínio.
Este é o dia escolhido para que a central de recebimentos de embalagens vazias de produtos fitossanitários do Sistema Campo Limpo abra as portas para a comunidade conhecer a importância do trabalho desenvolvido para a conservação do meio ambiente e se sensibilize com o propósito, sendo disseminadora das informações adquiridas, bem como conscientizando-se sobre descarte adequado das embalagens.
A data da celebração em Patrocínio será no dia 17 de agosto, próxima sexta-feira, com início às 13h30min e encerramento às 17h na central que está localizada na Estrada da Lagoa Seca, s/nº, juntamente à Fazenda da EPAMIG. Toda a comunidade pode participar e está convidada para esta celebração, que também comemora os bons resultados das centrais, tornando o Brasil referência na logística reversa das embalagens vazias.
Sobre o Sistema Campo Limpo
O Sistema Campo Limpo é a denominação do programa gerenciado pelo inpEV para realizar a logística reversa de embalagens vazias de defensivos agrícolas no Brasil. Abrangendo todas as regiões do país, o Sistema tem como base o conceito de responsabilidade compartilhada entre agricultores, indústria, canais de distribuição e poder público, conforme determinações legais, o que tem garantido seu sucesso.
A importância desse programa se evidencia diante da performance da agricultura brasileira nas últimas décadas. Com a estabilização econômica, o agronegócio tem apresentado crescimento acima da média quando comparado aos setores industriais e de serviços, o que significa dizer que o uso de insumos, como fertilizantes e defensivos agrícolas, também teve grande crescimento. Sem a gestão dos resíduos daí resultantes, o impacto ambiental certamente seria gravíssimo. Quando as embalagens são abandonadas no ambiente ou descartadas em aterros e lixões, esses produtos ficam expostos às intempéries e podem contaminar o solo, as águas superficiais e os lençóis freáticos. Há ainda o problema da reutilização sem critério das embalagens, que coloca em risco a saúde de animais e do próprio homem.
Para que se tenha uma ideia da dimensão do problema, uma pesquisa realizada pela Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef) em 1999 indicava que 50% das embalagens vazias de defensivos agrícolas no Brasil naquela época eram doadas ou vendidas sem qualquer controle; 25% tinham como destino a queima a céu aberto, 10% eram armazenadas ao relento e 15% eram simplesmente abandonadas no campo.
A partir de 2002, porém, quando o Sistema Campo Limpo entrou em funcionamento, a maior parte dessas embalagens passou a ter destinação correta – uma soma que, desde então, já ultrapassou 200 mil toneladas. Hoje, cerca de 94% das embalagens plásticas primárias (que entram em contato direto com o produto) e 80% do total de embalagens vazias de defensivos agrícolas que são comercializadas têm destino certo. Podem ser encaminhadas para reciclagem 95% das embalagens colocadas no mercado, desde que tenham sido corretamente lavadas no momento de uso do produto no campo. As embalagens não laváveis (cerca de 5% do total) e aquelas que não foram devidamente lavadas pelos agricultores são encaminhadas a incineradores credenciados.
Fontes: Comunicação Expocaccer e Inpev
Cuidados simples com a região se refletem diretamente na vitalidade e no crescimento dos fios
Fotos: Divulgação
Laser a fio, tratamento feito para estimular o colágeno da derme
Da redação da Rede Hoje
Luz de Quartzo, tratamento que aumenta a irrigação do bulbo capilar e ajuda a desobstruir o folículo piloso
O couro cabeludo é um terreno que merece cuidados: quanto melhor ele for tratado, mais saúde e vitalidade os fios terão. "Tudo começa no couro cabeludo. Um fio bonito, saudável e nutrido é reflexo de um couro cabeludo bem tratado, desintoxicado, revitalizado com os nutrientes de que ele precisa", afirma Renata Souza, especialista em tratamentos capilares com ingredientes naturais do Spa Deia e Renata, em São Paulo.
Desde a falta de delicadeza ao pentear e ao prender os fios, tracionando o cabelo e causando danos à estrutura e trazendo sensibilidade até a negligência na limpeza correta da região, há uma série de atitudes que podem comprometer a saúde do couro cabeludo. Entre elas está estar atenta na hora de escolher o xampu, já que cada cabelo tem necessidades específicas e diferentes. "O uso de cosméticos capilares incorretos e a não remoção completa deles dos fios e do couro cabeludo pode levar à obstrução, dificultando a entrada de nutrientes e impedindo o crescimento de novos fios", alerta Renata, que estará com sua equipe de profissionais e tratamentos nos dias 19 e 20 de agosto em Belém, em parceria com o espaço Júnior Fiel RG e em Belo Horizonte em parceria com Jardim Spa.
Massagem no couro cabeludo, estimula a absorção de nutrientes
Outra preocupação é de não utilizar água muito quente para lavar os cabelos devido ao ressecamento do couro e o aumento da oleosidade. A proteção contra o sol também é bem-vinda, já que os fios e o couro são sensíveis aos raios solares e merecem proteção física com acessórios e produtos.
A aplicação equivocada de cremes e finalizadores também é bem prejudicial quando se ultrapassa a linha da orelha e chega à raiz. "Além disso, uso de secador muito próximo à raiz, não respeitando uma distância segura de 10 cm, a poluição, o stress, o pentear sem cuidado são fatores que comprometem a saúde do couro cabeludo", acrescenta a expert, que levará o Detox Capilar e demais tratamentos que compõem o portfólio do Spa Deia e Renata para as capitais do Pará e Minas Gerais, com seu projeto chamado Spa Deia e Renata Viaja. A "Edição Belo Horizonte", será realizada nos dias 19 e 20 de agosto, no Jardim Spa, informações: (11) 94028-3589 e (11) 94011-1682.
Organizado pelo Instituto Cultural Veteran Car-MG, encontro de antigos terá mais de 300 veículos
Fotos: Divulgação
O evento, que tradicionalmente ocorre no feriado de Corpus Christi, excepcionalmente esse ano ocorrerá de 05 a 09 de setembro, no feriado de 07 de setembro
Da redação da Rede Hoje
Quem mergulha no universo do antigomobilismo se depara, essencialmente, com a história viva do transporte automotivo no Brasil e no mundo. Protagonistas de uma época e encantando o público até hoje, serão a grande atração do Brazil Classics Renault Show 2018 – XXIII Encontro Nacional de Automóveis Antigos, a mais importante e uma das mais longevas exposições do gênero país. A cidade mineira de Araxá, será palco do evento que acontece desde 1989. O evento, que tradicionalmente ocorre no feriado de Corpus Christi, excepcionalmente esse ano ocorrerá de 05 a 09 de setembro, no feriado de 07 de setembro, no Tauá Grande Hotel Termas & Convention Araxá. Promovido pelo Instituto Cultural Veteran Car (MG), o evento tem o intuito de ressaltar a importância histórica dos carros, expondo e contando a trajetória de cerca de 300 exemplares automotivos de várias décadas e partes do mundo.
RARIDADES. Entre as atrações e curiosidades da exposição está o famoso Stanley Steamer. Fabricado em 1902 pela americana Stanley Motor Carriage Company, é o primeiro carro a vapor de que se tem notícia. Outra raridade é o carro mais antigo emplacado no Brasil, o francês De Dion Bouton, registrado em solo nacional também em 1902.
Dois raríssimos exemplares da Ferrari, a F40 e a F50, fabricadas em comemoração aos 40 e 50 anos da marca, respectivamente, também estarão em exposição. Outro automóvel que promete tirar o fôlego dos apaixonados por carros é o Renault R8, veículo da primeira vitória do piloto brasileiro Emerson Fittipaldi, em 1965. Àquela altura, Fititipaldi tinha 19 anos e dava os primeiros passos no automobilismo.
Outra vedete da exposição é o Fiat Zagato 1951, um coupe duas portas Specialle. A raridade vem de um pequeno museu na cidade de Carmo da Mata, Oeste de Minas. O veículo foi produzido a partir de customização e o proprietário Rúbio Fernal explica que, nas décadas de 1940 e 1950, as pessoas compravam o chassi e enviavam a um carrozzieri – profissional responsável por customizar o veículo ao gosto do freguês.
“Trata-se de um veículo único, com desenho e projeto de carroceria sobre chassis e motorização Fiat na característica Fiat Socialle. Essa obra de arte é assinada pelo projetista italiano Zagato, daí o nome do carro. Ele é de 1951, o que torna seu desenho mais fenomenal ainda, pois antecipa tendências que vieram no futuro em outras marcas. O carro, sem dúvida, se alinha entre os mais belos de todos os tempos e confirma a excelência do desenho italiano em automóveis de passeio esportivos”, explica o apaixonado proprietário que ainda levará ao evento outros cinco exemplares: o LincolnCoupe Le Baron, 1936; o Auburn Sedan Conversível carroceria Murphy 8 cilindros Lycoming, 1929; o Rolls Royce Sedan carroceria Hooper, 1953; o Cadillac Eldorado Conversível, 1956; e o Mercury Montclair Turnpike Cruiser Coupe, de 1958.
OUTRAS ATRAÇÕES. Em paralelo ao Brazil Classics Renault Show 2018, acontece uma mostra cultural diversificada, com exposição do artista plástico Sérgio Dotta e suas pinturas hiper-realistas de carros antigos e hot-rods, shows com as bandas Bêjazz On The Street, Derico Duo e Quinteto Nota Certa, além da apresentação de duas importantes companhias de teatro brasileiras, a Uno e a Lúmini.
Também junto à exposição, acontece a Feira de Peças e o Leilão de Automóveis Antigos. Para participar das duas atividades é preciso se inscrever previamente pelos e-mails: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo., para o feirão, e O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo., para o leilão do Brazil Classics que é o único da categoria realizado no Brasil. Começou na 15ª edição e é um dos grandes momentos do evento. Na última edição do evento (2016) foram leiloados 88 automóveis.
PRIMÓDIOS. Realizado há 34 anos, o Brazil Classics Show nasceu da paixão de amigos colecionadores que resolveram criar uma data para celebrar o encontro e a exposição de seus veículos. Passados todos esses anos, o evento hoje reúne colecionadores de todo o Brasil. “Estamos contando a história dessa máquina maravilhosa que é o carro. Queremos destacar a sua importância histórica e congregar os antigomobilistas de todo o país para mostrar o trabalho realizado nas restaurações e incentivar a preservação desse importante segmento da história mundial. Temos certeza de que o público se surpreenderá com essa exposição. É uma oportunidade única de se ver tanta história em um só espaço”, destaca o presidente do Instituto Cultural Veteran Car – MG, Otávio Pinto de Carvalho.
RENAULT. Produzindo no Brasil desde 1998, a Renault, parceira do Brazil Classics Show 2018, passa pelo melhor momento de sua história no país em participação de mercado. A marca, que cresce em market share no Brasil desde 2010, atingiu, em 2017, seu recorde, com 7,7% de participação, além do recorde de exportações, com mais de 98 mil unidades – um aumento de cerca de 40% sobre 2016. O crescimento da Renault do Brasil está fortemente atrelado à renovação e à ampliação de sua gama. Hoje a marca fabrica sete veículos no país: Kwid, Sandero, Logan, Duster, Duster Oroch, Captur e o comercial leve Master. No total, já são cerca de 2,8 milhões de veículos Renault produzidos em 20 anos de inovação no Brasil.
A Renault do Brasil possui quatro unidades industriais instaladas no Complexo Ayrton Senna, em São José dos Pinhais (PR): a fábrica de veículos de passeio (CVP), fábrica de veículos utilitário (CVU), fábrica de motores (CMO) e a Curitiba Injeção de Alumínio (CIA), inaugurada neste ano. Hoje o Complexo Ayrton Senna opera em três turnos e tem um total de 7.300 colaboradores – 1.300 deles contratados no último ano em virtude da demanda interna e externa por Captur e Kwid. Para gerir suas ações socioambientais, a Renault criou, em 2010, o Instituto Renault. Atuando em dois eixos – Mobilidade Sustentável e Inclusão – o Instituto já alcançou cerca de 600 mil pessoas no país.
PREMIAÇÃO. Além de serem as estrelas do show, os carros passam por avaliação, participando de um concurso com vários critérios, como conservação e originalidade. Além do troféu da Federação Brasileira de Veículos Antigos (FBVA), há os troféus Og Pozzoli, para o carro mais conservado, o Troféu Lalique, oferecido a uma personalidade que se destaca no trabalho de crescimento e reconhecimento do antigomobilismo, e a mais importante honraria do concurso, o Troféu Roberto Lee, pioneiro entre os colecionadores e que premia o automóvel mais raro e valioso presente no evento, além de outros automóveis nacionais e importados que são premiados em categoria especial.
“Na verdade, o Brazil Classics Renault Show 2018 é uma grande festa para os amantes dos automóveis. E não sem razão, os protagonistas desta história são tratados como artistas, pela sua importância para a humanidade e pela beleza particular de cada um deles. Todo mundo quer tirar foto do lado de um belo carro! Ficamos muito satisfeitos por levar essa história ao grande público e por promover esse encontro entre colecionadores e admiradores”, conclui Carvalho.
PROGRAMAÇÃO
DIA 05 DE SETEMBRO - Quarta-feira
09:00 - Credenciamento e colocação dos automóveis no pátio
DIA 06 DE SETEMBRO - Quinta-feira
08:00 - Credenciamento e colocação dos automóveis no pátio
16:30 - 'Derico Duo' - Espaço Classics
18:00 - Abertura oficial do evento com presença de autoridades e convidados
21:00 - Espetáculo 'Lúmini Cia de Dança' - Passarela de Premiação (aberto ao público)
DIA 07 DE SETEMBRO - Sexta-feira
09:00 - Passeio pela Cidade de Araxá
15:00 - Assembleia da FBVA – Cine Tiradentes do Tauá Grande Hotel
15:30 - Performance 'Lúmini Espaço Art' - Passarela de Premiação (aberto ao público)
16:30 - Oficina de Pintura em Porcelana (evento feminino) - Hall Salão Minas Gerais
19:00 - Leilão de automóveis antigos (haverá venda de ingressos limitados)
DIA 08 DE SETEMBRO – Sábado
09:00 - Café da manhã servido na piscina do Tauá Grande Hotel
Tarde Livre
19:30 - Festa de Premiação
22:00 - Festa de Encerramento - Pérgula da Piscina
DIA 09 DE SETEMBRO – Domingo
Retirada dos veículos.
Publicação da Carta Maior
A perda de biodiversidade, que segundo as Nações Unidasafeta 58% da superfície terrestre, abaixo do limite sugerido como “seguro”, é uma das maiores inimigas da sobrevivência da raça humana, que, na opinião do paleontólogo Marc Furió, está condenada à extinção.
A reportagem é publicada por Rebelión, 07-08-2018. A tradução é do Cepat.
“Existem nove limites que o ser humano não deve ultrapassar” e a perda de biodiversidade “é a mais preocupante pelo ritmo de extinção de espécies”, destacou à agência Efe este pesquisador do Instituto Catalão de Paleontologia Miquel Crusafont e professor da Universidade Autónoma de Barcelona.
Os paleontólogos “trabalhamos com extinções”, ressaltou, e “ainda que no imaginário popular seja inconcebível e é um tema tabu, o desaparecimento da raça humana pode acontecer e a situação é mais preocupante do que parece”.
Em sua opinião, “as coisas caminham mais rápido do que nós acreditamos” e o bem-estar humano “passa pela existência de muitas espécies, que todas as relações ecológicas se mantenham para que umas contrapesem outras e tudo esteja em equilíbrio (...); se retiramos muitos elementos dos ecossistemas, estes colapsam”.
E chega um momento em que “perdemos o controle”, como com a mudança climática, outro dos limites que, segundo este especialista, “não se deveria ultrapassar” e se já não estamos a tempo de a deter, “vamos pensar o que fazer para minimizar seus efeitos”.
No livro La especie humana. Los caminos para evitar la extinción, publicado por National Geographic, Marc Furió e Pere Figuerola, biólogo e divulgador científico, abordam os desafios que o ser humano enfrenta para sua sobrevivência no tempo.
A mudança climática é, segundo Furió, “o suficientemente lenta para que a notemos de um dia para o outro, mas o suficientemente rápida para que a vida custe a se adaptar ao ritmo”.
E isto “nos fará ver coisas que nunca vimos, não sabemos até onde irá chegar, como se para e que consequências tem, desconhecemos se a Terra se recuperaria, se agora mesmo se acabasse com os combustíveis fósseis e se restaria algum remanescente do dano causado”.
O cientista apontou também o uso excessivo do solo para a agricultura e a contaminação química como alguns dos nove limites planetários determinados pela ciência que não deveriam ser ultrapassados para garantir a sobrevivência do ser humano.
“Não é uma coisa que esteja escrita, mas caso não se queira morrer antes do tempo, é preciso começar a cuidar”, insistiu Marc Furió, que ponderou que o livro está escrito “em um tom otimista, pois não descreve apenas o problema, mas também oferece soluções”.
A mais importante, “que não sai no livro”, é “chegar a um estado estacionário em nível econômico e populacional e reduzir o consumo sim ou sim”, ressaltou.
Em sua opinião, “somos muitos e consumimos muito e um sistema desenvolvido e sustentávelpassa por retornar ao estilo de vida modesto dos anos 1950, em que se gastava pouco e se reutilizava ao máximo, o que hoje em dia nos parece uma perda de liberdade”.
“Não sabemos se podemos deter as consequências de ultrapassar os limites, mas, sim, reconhecer o problema e estar preparados para evitar suas consequências”, destacou. “É como se você se aproxima com o carro de um precipício: pode começar a frear, saltar ou acelerar ainda mais, e quando vê, é tarde demais”.
O livro La especie humana. Los caminos para evitar la extinción aborda aspectos sobre a origem da espécie humana, as mudanças da natureza, as grandes extinções do passado, a Terra como uma ilha esférica no universo e o comportamento grupal como chave para a eternidade da espécie.
Publicado originalmente no IHU On-Line
Com “As Árvores Invisíveis”, a escritora patrocinense estreia no mundo infantil falando de meio ambiente
Foto: Facebook| Leida Reis
A escritora Leida Reis é publisher da Páginas Editora.
Da Redação da Rede Hoje
O primeiro livro para crianças da escritora patrocinense Leida Reis, “As Árvores Invisíveis”, será lançado nesta sexta-feira, 10 de agosto, no Museu Municipal de Patrocínio - Casa Da Cultura - de 16:00 às 18:00 h e 20:00 às 22:00 h.
A obra conta a história do menino Sebastião, que não consegue enxergar as árvores da cidade. Para ele, elas não passam de “criaturas estranhas”, a história é escrita com uma linguagem diferenciada para as crianças, mas pode ser lida por pessoas de todas as idades.
A necessidade de enxergar o que está ao redor a partir de outras perspectivas motivou a história. “Todos nós estamos cegos para muitas coisas bem próximas”, diz a autora. A necessidade de perceber o que está ao nosso redor é o eixo da história de “As Árvores Invisíveis”.
A história é escrita com uma linguagem diferenciada para as crianças, mas pode ser lida por pessoas de todas as idades.
CHAMAR A ATENÇÃO. Leida convida o leitor a refletir, por meio do seu personagem, sobre o convívio das novas gerações com os elementos que habitam a terra em harmonia com o homem. A intenção da autora é também chamar a atenção para as árvores do meio urbano, quase sempre malcuidadas. “A vida urbana dificulta nosso contato com o essencial, o simples, como ouvir o vento, pisar na terra, sentir a força da água. E é a natureza nossa maior fonte de força interior”, afirma a autora, também publisher da Páginas Editora.
Daniel Munduruku, indígena, doutor em Educação pela USP e escritor premiado, assina o texto da quarta capa, destacando as nuances da literatura de Leida Reis. “Eis um texto poético, lúdico e educativo. A autora conseguiu dar um tom bem informal para falar de um assunto complexo que é a educação do olhar”, atesta. “Esse é um olhar necessário, para dar humanidade ao nosso estar no mundo. Essa humanidade se constrói quando somos capazes de olhar para o que nos cerca e ver a alma que habita nelas”, acrescenta Munduruku.
A publicitária e mestre em Letras Mariana Tavares é a responsável por dar vida ao personagem Sebastião nas ilustrações de “As Árvores Invisíveis”. A ilustradora conta que o rosto do menino apareceu durante um sonho e que logo em seguida já sabia como ele deveria ser. “Sofri um pouco para criar alguns desenhos, como na cena que Sebastião chora na calçada. Foi como se eu estivesse sentindo a dor dele”, lembra Mariana, cujo primeiro livro ilustrado foi “Aqui, ali e acolá: histórias em todo lugar”, também pela Páginas Editora.
Em Patrocínio o lançamento é realizado pela Prefeitura Municipal de Patrocínio, Fundação Casa da Cultura, Secretaria Municipal de Cultura, Museu Municipal de Patrocínio.
A peça é baseada na história de Jill Bolte Taylor, neuroanatomista que dava aulas em Harvard sobre o cérebro humano.
Foto: Waldir Júnior/SMC
A diretora e atriz, Laira Arvelos durante a peça
Da Redação da Rede Hoje*
A apresentação de “Um mar de muda euforia”, pela cia da teatro Borboletas no Aquário, de Patrocínio, lotou cine teatro do CEU das Artes na sexta, 27 de julho. O espetáculo é um monólogo com Laira Arvelos.
A partir da história de Jill Bolte Taylor, neuroanatomista que dava aulas em Harvard sobre o cérebro humano, com texto de Milena Siqueira.
Jill sofreu um AVC em 1996 e perdeu a capacidade de contextualizar informações. Com o corpo paralisado, fluindo aquosa pelas fendas do universo, num estado comparado ao nirvana, em lapsos de lucidez, ela pediu ajuda, se recuperou e descreveu a experiência em livro.
A diretora e atriz, Laira Arvelos,optou por uma narrativa dramatúrgica não linear e simbólica, em congruência com a natureza sensorial do relato da cientista e professora.
O texto foi adaptado, dirigido e interpretado por Laira Arvelos, com sonoplastia de Cesar Arvelos (Cello e Violão), voz em off de Deborah Gertrudes, técnica de Maria Rita Arvelos. A Cia Borboletas no Aquário, escreveu, dirigiu e interpretou a adaptação para o teatro.
O espetáculo ganhou os prêmios de Melhor Sonoplastia, Melhor Cenário e Melhor Espetáculo na V Mostra de Teatro de Patrocínio, em 2017.
A realização foi da Prefeitura Municipal de Patrocínio, Secretaria Municipal de Cultura, Fundação Casa da Cultura e CEU das Artes.
O CEU das Artes ficou lotado para a apresentação
*Com informações e fotos de Waldir Junior da Secretaria Municipal de Cultura
Paulo Gimenez, de Serra do Salitre, antes, para financiar pelo Pronaf comparecia diversas vezes ao banco agora pode iniciar processo diretamente no escritório da Emater-MG
Foto: Divulgação|Emater MG
Da redação da Rede Hoje
Uma parceria entre a Emater-MG e o Banco do Brasil tem facilitado o acesso do produtor ao crédito rural. Em muitos municípios mineiros os extensionistas da empresa também atuam como correspondente bancário agropecuário. Isso permite que o produtor possa realizar quase todo o processo de contratação de crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) via escritório da Emater-MG, ficando para o banco apenas a análise e aprovação.
Esse é o caso do cafeicultor Paulo Gimenez, do município de Serra do Salitre, no Alto do Paranaíba. Antes, para conseguir um financiamento pelo Pronaf ele comparecia diversas vezes ao banco. “Era mais complicado e demorado. Muita gente para ser atendida”, relembra.
Com a parceria entre Emater-MG e o Banco do Brasil isso mudou, o processo ficou mais ágil. Paulo fez praticamente tudo no escritório da empresa, onde apresentou a proposta e a documentação necessária. E a Emater-MG ainda elaborou o projeto técnico, demonstrando como seriam investidos os recursos.
O cafeicultor financiou R$ 100 mil na modalidade custeio, no início deste ano. O dinheiro está sendo usado em ações de manutenção da lavoura, como compra de insumos, adubação, pulverização e roçamento. “Foi bem mais prático fazer o empréstimo. Eu prefiro assim”, garante Paulo Gimenez, que produz cerca de 810 sacas de café por safra e comercializa no próprio município e na região.
Parceria. O contrato entre a Emater-MG e o Banco do Brasil foi assinado em 2015. Os técnicos da Emater-MG passaram por um processo de certificação como correspondente bancário agropecuário, realizado por uma certificadora credenciada pelo Banco Central. Os técnicos também foram capacitados para operarem o sistema do Banco do Brasil.
“Esta é uma atividade que o Banco do Brasil está terceirizando. Para o agricultor a vantagem é que ele tem ampliado o seu horário de atendimento, uma vez que no banco o horário de expediente é reduzido. Facilita a vida do agricultor”, afirma o coordenador Técnico estadual Emater-MG, Roberval Andrade.
Atualmente, existem 900 técnicos da empresa atuando como correspondente bancário agropecuário no estado. Com a ajuda dos extensionistas, o produtor consegue fazer o cadastro no banco e encaminhar toda a documentação para contratação do crédito. “A ideia é que o produtor somente vá ao banco para assinar o contrato”, diz Roberval Andrade. Com base nessas informações, o Banco do Brasil analisa a solicitação para a liberação do crédito.
De acordo com dados da Emater-MG, na safra 2016/2017, o número de contratos assinados em Minas Gerais por meio dos correspondentes bancários agropecuários foi de 1.407, gerando um valor de R$ 45,5 milhões. Já nos dez meses referentes ao ano agrícola 2017/2018 foram assinados 7.270 contratos e um valor de R$ 275 milhões.
Pronaf. O crédito rural é uma das oportunidades que o agricultor familiar tem de investir e ampliar a sua atividade. O Pronaf, por exemplo, tem essa função. O programa financia projetos individuais ou coletivos, que gerem renda aos agricultores familiares e assentados da reforma agrária. O programa tem taxas e juros que variam entre 0,5% a 5,5% ao ano para a agricultura familiar. Os recursos são para o financiamento de custeio, investimento e comercialização.
“O Pronaf é uma importante política pública. Tem custo financeiro mais baixo e disponibilidade de crédito suficiente para atender à demanda nos últimos anos. O Pronaf é que financia os programas, por exemplo, da reforma agrária”, explica Roberval Andrade.
Serão inspecionadas mais de 860 mil toneladas de produtos como milho, trigo, sacarias, embalagens e alguns itens de beneficiados ou manufaturados
Foto: Divulgação/Governo Federal
Da Redação da Rede Hoje
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) começou nesta semana, em alguns estados das regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, a sexta etapa de fiscalização de estoques públicos de produtos armazenados por empresas contratadas pelo governo federal e unidades armazenadoras próprias. Serão inspecionadas mais de 860 mil toneladas de produtos como milho, trigo, sacarias, embalagens e alguns itens de beneficiados ou manufaturados, numa operação que vai durar até o próximo dia 10.
Os fiscais da Companhia visitarão 69 armazéns localizados nos estados de Minas Gerais, Mato Grosso, Paraná e São Paulo, para verificar as condições de estocagem e o volume de produtos colocados sob a responsabilidade do armazenador. Todos os estados já tiveram a visita dos técnicos até agora, e a operação se estende nos próximos meses, perfazendo nove etapas.
Após as diligências, em caso de desvios, além dos reflexos administrativos, o fato é levado ao conhecimento da polícia federal, Ministério Público da União, Receita Federal e Secretaria de Fazenda do estado. Quando são registradas perdas, são cobrados administrativamente, no caso das unidades próprias, ou diretamente pela área financeira da Companhia, no caso de terceiros.
O uso de agrotóxicos em Mato Grosso foi superior a 150 milhões de litros somente no ano de 2015.
Foto: Divulgação
Rede Hoje
A reportagem é de Assessoria MPT
Em Mato Grosso a exposição média chega a 46 litros, quantidade seis vezes maior que a média nacional, hoje de 7 litros per capita/ano. Além disso, resíduos de agrotóxicos foram encontrados na urina e no sangue de trabalhadores rurais e de professores de três municípios do interior. Essa foi uma das revelações de uma pesquisa divulgada na semana passada no Fórum Mato-Grossense de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos, realizada pelo Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso (MPT-MT).
De acordo com a pesquisa, o uso de agrotóxicos em Mato Grosso foi superior a 150 milhões de litros somente no ano de 2015. 97% deste montante foram empregados no cultivo de algodão, soja, milho e cana de açúcar. Os municípios da Bacia do Juruena foram escolhidos por estarem entre os maiores produtores agrícolas do estado – plantaram 1.6 milhão de hectares (11,7% da produção estadual) e utilizaram, juntos, 18,6 milhões de litros de agrotóxicos (12,4% do uso estadual).
As três cidades pesquisadas são Campos de Júlio, Campo Novo do Parecis e Sapezal. Na ocasião, foram identificados o uso de produtos não autorizados para a cultura.
Levando-se em consideração a área plantada, a população e o volume de agrotóxicos aplicado, a pesquisa revelou que cada habitante de Campos de Júlio está exposto, em média, a 606 litros de veneno por ano. Em Campo Novo do Parecis a média é de 209,4; e, em Sapezal, de 364.
Em Mato Grosso a exposição média chega a 46 litros, quantidade seis vezes maior que a média nacional, hoje de 7 litros per capita/ano.
Segundo o professor Dr. Wanderlei Pignati, coordenador da pesquisa, os dados confirmam a percepção de que há um problema sério e complexo a ser enfrentado. Durante a apresentação, ele expôs ainda a sua preocupação com o fato de que Mato Grosso, apesar de ser o estado que mais usa agrotóxicos do Brasil, não ter sequer um centro de referência de intoxicação aguda do produto e falou sobre o desafio de vencer a subnotificação de casos.
“Mato Grosso é mais subnotificado que os outros estados. Teríamos que estar em primeiro lugar no número de casos registrados, já que somos os maiores consumidores, mas não, estamos apenas em 10º”, disse.
O procurador-chefe do MPT em Mato Grosso e coordenador do fórum, Marcel Bianchini Trentin, ressaltou que “um dos grupos de trabalho em atividade no fórum visa justamente encontrar caminhos para que haja as notificações das doenças e acidentes que decorrerem do contato com agrotóxicos”.
A dissertação de mestrado de Lucimara Beserra chamou atenção também para a contaminação do ar e água da chuva e de poços artesianos de escolas da região pesquisada. O mapeamento do território indicou uma perigosa proximidade de lavouras com as escolas dos municípios, tanto na área rural quanto urbana.
Das 18 amostras de água dos poços artesianos analisados, 61% tiveram resultado positivo para agrotóxicos. Foram detectados, inclusive, resíduos dos herbicidas atrazina (0,12 µg/L a 0,28 µg/L), substância proibida pela União Europeia desde 2004, e metolacloro (0,34 µg/L a 0,63 µg/L).
Em relação às amostras de chuva, 55% das 72 coletadas apresentaram resíduos de pelo menos um tipo de agrotóxico. Em Campo Novo do Parecis, o percentual foi de 75% contra 45,4% de Sapezal e 46,1% de Campos de Júlio.
Pelos padrões da Portaria nº 2.914/2011 do Ministério da Saúde, que estabelece padrões de quanto a água é potável para consumo humano, os números estariam em conformidade com o volume máximo permitido (VMP), que hoje é de 2 µg/L e 10 µg/L para atrazina e metolacloro, respectivamente.
Todavia, se for considerada uma deliberação do Conselho da União Europeia, relativa à qualidade da água destinada ao consumo humano, as amostras estariam bem distantes do permitido. Ela esta para a soma de todos os ingredientes ativos dos agrotóxicos encontrados em uma única amostra.
O projeto teve início em 2014, sob a coordenação de equipe do Núcleo de Estudos Ambientais e de Saúde do Trabalhador (NEAST), do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), por meio de cooperação técnica com o Ministério Público do Trabalho.
Glifosato. Dos 88 tipos de agrotóxicos detectados nos três municípios, 67% são considerados extremamente tóxicos. A pesquisa demonstrou ainda que o glifosato continua sendo o veneno mais consumido. A substância chega a ser até três vezes mais ingerida que o segundo colocado, o inseticida clorpirifós, que é atualmente investigado por seus potenciais danos à formação do cérebro dos bebês e pelo risco de desencadeamento do autismo.
O glifosato é o ingrediente ativo do RoundUp, herbicida produzido pela Monsanto, o mais vendido no mundo. No Brasil, ele representa cerca 50% das vendas de agrotóxicos, de acordo com o Ibama.
Na Europa, após resistência de vários países, sobretudo a França, o produto teve sua licença de uso prorrogada só até 2022. A validade de registro havia terminado em 2015 e, desde então, uma celeuma tinha se instaurado para sua renovação. No mesmo ano, Agência Internacional de Pesquisa em Câncer, ligada à Organização Mundial da Saúde (OMS), chegou a classificar o glifosato como “provavelmente cancerígeno”.
Na época, o presidente da França, Emmanuel Macron, censurou a decisão e afirmou que em seu país a proibição será antecipada. A França votou contra a renovação de cinco anos ao lado de Bélgica, Croácia, Itália, Chipre, Luxemburgo, Malta e Áustria.
“Pacote de veneno”. Em relação ao PL 6.299/2002, de iniciativa do ministro da Agricultura Blairo Maggi (PP/MT), o procurador defendeu a Nota Técnica produzida pelo MPT. O documento repudia diversas das alterações propostas pelo projeto de lei, como a substituição do termo “agrotóxico” por “produto fitossanitário” e a possibilidade dos agrotóxicos serem liberados pelo Ministério da Agricultura sem ouvir órgãos reguladores, como Ibama e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
“É uma balela trocar o nome para produto fitossanitário. A lei chama de agrotóxico, a Constituição usa a palavra agrotóxico, na bula o fabricante fala em veneno, na literatura internacional usa-se o termo pesticida, e ‘cida’ quer dizer algo que remete à morte. Tem gente que gostaria de chamar de ‘defensivo agrícola ou vegetal’. Alguns populares chamam de ‘remédio para planta’ e agora eles querem chamar de produto fitossanitário. Quase é o caso de perguntar porquê não propõem chamar de ‘água benta’, ironizou o procurador.
Na Nota Técnica, o MPT assevera que o PL afronta tratados internacionais sobre direitos humanos ratificados pelo Brasil, em especial as Convenções nº 155 e nº 170 da OIT, que dispõem, respectivamente, sobre a prevenção dos riscos, acidentes e danos à saúde que sejam consequência do trabalho e riscos ocasionados pela exposição a produtos químicos. Também afronta orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS).
“Do jeito que está, se parar de piorar já estria bom. Os fabricantes não estão autorizados a aumentar o risco de quem já trabalha com produtos altamente tóxicos, banidos nos países de origem onde a fórmula foi desenvolvida. Muitos desses já são proibidos e a gente continua aceitando o lixo tóxico do mundo. Produtos recusados em outros mercados ganham, aqui, sobrevida”, disse.
Resultados. A pesquisa “Avaliação da contaminação ocupacional, ambiental e em alimentos por agrotóxicos na Bacia do Juruena” está desmembrada em vários tópicos e os resultados estão sendo divulgados conforme a conclusão das etapas, por meio da publicação de artigos, dissertações e teses.
Participaram do evento, além de pesquisadores da UFMT e outros integrantes do fórum, o procurador de Justiça Luiz Alberto Esteves Scaloppe, os promotores de Justiça Marcelo Caetano Vacchiano e Joelson Campos Maciel, e o procurador da República Pedro Melo Pouchain Ribeiro.
A próxima reunião do Fórum Mato-Grossense de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos deverá ocorrer no dia 21 de agosto, às 9h, na sede do MPT-MT
Da redação Rede Hoje
A cidade de Patos de Minas está realizando eventos de cutura popular neste e nos próximos fins de semana. Confira:
Também de 20 a 23 de setembro de 2018, será realizada em Patos de Minas, a primeira Festa da Primavera do Bairro Jardim Califórnia.
O evento será na praça de Alimentação com: Feira de Artesanatos, Shopping de Calçados, Vestuários, Floriculturas, Bijuterias, Exposição de Veículos, Acessórios e Parquinho Infantil.
PROGRAMAÇÃO:
Quinta Feira As 20:00hs:
Abertura do Evento Com a Benção do Pé. Leonildo.
Paróquia de São Benedito.
Presença do Prefeito José Eustáquio.
Shows:
QUINTA FEIRA: Hélio e Júnior (Os Lascadões)
SEXTA FEIRA: ( em negociação )
SÁBADO: Paulo e Dênio ( Música de Viola )
DOMINGO: Michael Jackson Cover.
Este Evento Tem Apoio da: Prefeitura Municipal de Patos de Minas.
Secretaria de Cultura de Patos de Minas.
Associação de Moradores do Bairro Jardim Califórnia.
Paróquia São Benedito, Corpo de Bombeiros e Polícia Militar.
“Fizeram aquela propaganda absurda de choque disso, choque daquilo. Choque de conversa fiada. Deixaram o estado quebrado”, disse o governador Fernando Pimentel
Foto: Brasil 247
Da redação da Rede Hoje
Da revista Fórum – Em entrevista concedida ao portal Bhaz divulgada na noite desta quinta-feira (26), o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), que é pré-candidato à reeleição, rebateu as declarações de seu oponente, Antonio Anastasia (PSDB), que afirmou que um eventual governo tucano no estado promoveria um “choque de gestão”.
“Fizeram aquela propaganda absurda de choque disso, choque daquilo. Choque de conversa fiada. Deixaram o estado quebrado”, disse.
Na mesma entrevista, Pimentel respondeu ainda a uma outra crítica de Anastasia. O tucano afirmou, na convenção do PSD na última segunda-feira (23), que o atual governador “fechou os olhos” para a região da Cidade Administrativa ao fechar o Palácio Tiradentes que, em seu governo, foi reformado.
“Enterraram ali R$ 2 bilhões. Fazer um prédio de luxo, levar para lá funcionários públicos, para impulsionar o desenvolvimento da região, não existe nada mais antiquado, anacrônico e mentiroso”, rebateu.
Publicado no MG 247
'I Miss U' já está disponível em todas as plataformas digitais
Foto: Divulgação
Da redação da Rede Hoje
Alok, considerado um dos principais artistas do Brasil e de renome internacional, acaba de divulgar 'I Miss U', canção em parceria com o duo de produtores brasileiros Selva, considerado a grande revelação da cena eletrônica nacional formado por Pe Lu e Brian Cohen.
O lançamento, que já está disponível em todas as plataformas digitais, promete fazer sucesso nas pistas com um mix de Pop com os acordes da guitarra, o toque suave do violino, o vocal e as batidas da música eletrônica, mostrando uma verdadeira sintonia entre os artistas.
"A nossa conexão com a produção de 'I Miss U' reflete muito a energia que queremos passar pro público. Com o uso de melodias bem marcantes e uma letra fácil de ser memorizada, queremos que as pessoas se conectem com a música. Pode ser a trilha sonora de vida de muita gente com o objetivo de despertar os melhores sentimentos sempre.", comenta Alok. "Estamos muito felizes em divulgar essa parceria com nosso amigo Alok. A produção da música, desde o vocal, até a escolha dos instrumentos foi feita com muita atenção e cuidado pensando no público, então esperamos que vocês curtam muito.", finaliza Selva.
A música 'I Miss U', lançada pela Spinnin Records, já está disponível em todas as plataformas digitais, confira:http://www.spinninrecords.com/releases/i-miss-u/.
Alok. Com 15 anos de carreira, Alok é atualmente o 19º DJ do mundo de acordo com a DJ Mag, principal publicação sobre a cena eletrônica mundial. Reunindo talento, versatilidade, habilidade e carisma, o artista é o pioneiro de um novo subgênero fundido entre elementos e influências que misturam pegadas de techno e house, garantindo respostas excepcionais em seus shows por todos os continentes. Os números que envolvem a carreira são impressionantes: cerca de 10 milhões de ouvintes mensais nas plataformas digitais, mais de 500 milhões de plays com os hit 'Hear Me Now', 'Never Let Me Go', 'Ocean' 'Big Jet Plane', entre outros, Discos de Ouro e Platina recebidos na Itália e França e mais de 12 milhões de seguidores nas redes sociais.
Selva. Formado por Pe Lu e Brian Cohen, a notoriedade do duo de produtores e DJs deve-se principalmente a sua bagagem musical. Mais do que DJs, já eram músicos e compositores habilidosos muito antes de se apaixonarem pelo cenário da música eletrônica há cerca de três anos. De lá para cá, tal como em um ecossistema selvagem cheio de estímulos, sons e cores, interligaram suas ideias e habilidades no estúdio para entregarem ao público um projeto que faça a diferença. O duo propõe-se em explorar todo o ambiente com guitarra, bateria, equipamentos de discotecagem e outros elementos. No estúdio, a house music com influências pop é o que governa o estilo musical deles, que preferem sons vocalizados, melódicos e com drops sempre dinâmicos e vivazes. Não à toa sua relevância aumenta em passos rápidos, atingindo a marca de mais de meio milhão de ouvintes mensais no Spotify, shows de Norte a Sul e parcerias relevantes.
Criadores apresentam os melhores animais para divulgação da raça, prospecção de negócios e intercâmbio de informações
O Senepol tem entre as características da raça o alto desempenho reprodutivo.
Da redação da Rede Hoje
Os melhores exemplares de bovinos e bubalinos de Minas e de outros estados estarão na 57ª Exposição Estadual Agropecuária, que será realizada no Parque da Gameleira, em Belo Horizonte, de 1º a 4 de junho. Serão cerca de 300 animais das raças brahman, nelore, senepol, sindi e búfalo. Perto de completar seis décadas de realização, a Exposição Estadual Agropecuária firmou-se como importante palco para divulgação das diversas raças de animais, momento no qual os criadores apresentam os melhores exemplares do seu plantel e os resultados dos investimentos realizados no aprimoramento da raça, a exemplo das melhorias genéticas. É o momento para a prospecção e realização de negócios e intercâmbio de informações.
Minas Gerais possui o segundo maior rebanho de bovinos do Brasil, com cerca de 23,7 milhões de animais e lidera o ranking nacional na produção de leite com cerca de 9,3 bilhões de litros por ano. As exportações mineiras de carne bovina somaram US$ 156,8 milhões de janeiro a abril deste ano, faturamento que é maior 17,82% em relação a igual período do ano passado, que foi de US$ 132,4 milhões, de acordo com a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), a partir de informações do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
Brahman – A rusticidade e a docilidade da raça de corte Brahman, que se difere por apresentar um grande volume de carcaça, serão representadas por 50 animais no Parque da Gameleira. De acordo com o presidente da Associação Brasileira dos criadores de Brahman, Adalberto Cardoso, a procura pela criação da raça está aquecida. São 700 criadores no país, 20% está em Minas Gerais. Ele está otimista com a participação na exposição. “É importante mostrar as características da raça em uma exposição desse porte, além de apresentar dados para que eles possam fazer uma análise, trocar experiências e enriquecer seus conhecimentos”.
Búfalo – Os búfalos são animais de dupla aptidão tanto para a produção de carne como para de leite e seus derivados, onde se destaca a produção do queijo muçarela. É um animal rústico, muito resistente e com qualidades de adaptação ao meio ambiente. Na Exposição Estadual a raça será representada por 40 animais. O presidente da Associação Brasileira de Criadores de Búfalo, Élcio Reis, está otimista com a participação no evento. “Será um sucesso. Uma oportunidade para o encontro de criadores e para a divulgação da raça”.
Sindi – A raça sindi será representada na exposição por 30 animais. O presidente da Associação dos criadores de Sindi (ABCSindi) Ronaldo Andrade Bichette, argumenta que a exposição é uma “importante vitrine para esta raça em franco crescimento”. O Sindi tem baixa estatura e veio de uma região quase desértica, onde a alimentação era escassa, adquirindo rusticidade e facilidade de adaptação, “ou seja, um animal perfeito para as criações no Nordeste e Norte do Brasil”, explica.
Nelore – A raça nelore volta à exposição depois de algumas edições. Serão 50 exemplares desta raça de corte. De acordo com o gestor executivo da Associação Mineira de Criadores de Nelore, Loy Rocha, “o mercado está aquecido e a procura tem aumentado pela qualidade dos exemplares submetidos a melhoramento genético”. O nelore se adaptou muito bem às condições tropicais brasileiras. A carne do nelore tem entre as principais características o baixo teor de gordura.
Senepol – Cerca de 90 animais estarão em estande montado no Parque da Gameleira. Segundo o superintendente suplente da Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos Senepol, Luciano Coelho, “apesar da crise, o mercado da raça continua atrativo para compra e venda” disse, destacando a participação na exposição estadual. “É uma ótima oportunidade para fomento de negócios”. Entre as características da raça está o alto desempenho reprodutivo.
Da redação da Rede Hoje
O patrocinense Alexandre H. Reis, que é graduado e mestre em filosofia pela UFMG, doutor pela UFRGS e professor adjunto do Colegiado de Ciências Sociais da Universidade Federal do Vale do São Francisco, lança nesta quarta-feira, 25, em Patrocínio, depois de lançado na capital mineira, o livro “Os Jardins da Academia”
O evento que terá um bate-papo com o autor, acontecerá na Biblioteca Pública Municipal, aproveitando que data marca o Dia do Escritor.
O livro é o resultado de uma longa pesquisa que examina documentos antigos para mostrar como surgiram as primeiras escolas de ensino superior no Ocidente, a Academia de Platão e o Liceu de Aristóteles, e demonstra, igualmente pela análise documental, como surgiram as primeiras universidades na Idade Média.
A obra examina estes importantes monumentos da história da cultura para estabelecer uma crítica dos rumos que o Estado brasileiro tem dado à educação, à política e á ética, ao mesmo tempo que propõe alguns elementos fundamentais para pensar um sociedade esclarecida.
O anfiteatro do CEU das Artes ficou lotado(Foto: Waldir Júnior)
Da redação da Rede Hoje
O Festival de Dança “O Imaginário” movimentou o anfiteatro do CEU das Artes, no sábado(14), com a presença de grande público. O espetáculo, composto por 13 números de dança (solos, duplas, trios e grupos) e uma participação especial da APAE Patrocínio, foi criado pelos alunos do Programa Arte Viva, de diversas faixas etárias, que fazem aulas há apenas cinco meses no CEU das Artes.
A professora Lorena Corrêa, que diregiu o espetáculo, também supervisionou os movimentos de saltos, giros e flexibilidade. A emoção, o corpo livre movido pela imaginação foi a dinâmica das coreografias.
A secretária Municipal de Cultura, Eliane Nunes, disse que Lorena Corrêa, que é também professora de dança do Programa Arte Viva, “assumiu o compromisso de realizar o festival. Apesar do pouco tempo disponível, fez um trabalho maravilhoso que emocionou a todos".
De acordo ainda com Eliane Nunes, a equipe do CEU das Artes, que agora está sob responsabilidade da Secretaria Municipal de Cultura, Fundação Casa da Cultura e coordenação de Maeli Ribeiro, “está de parabéns".
Com informações da Secretaria Municipal de Cultura
Por que é preciso ser contra os textos que querem flexibilizar o uso de agrotóxicos e dificultar a venda de orgânicos?
Eduardo Aigner/MDS
O modelo de desenvolvimento de agricultura no Brasil privilegia o agronegócio com largo uso de agrotóxicos e desprestigia a agricultura familiar e a produção de alimentos saudáveis
por Carolina Bueno, Lilian de Pellegrini Elias e Grazielle Cardoso
publicado na CartaCapital
[Este é o blog do Brasil Debate em CartaCapital. Aqui você acessa o site]
Dois projetos de lei estão em processo de votação neste momento no Congresso Nacional: o PL 4576/2016, que trata da comercialização de produtos orgânicos, e o PL 6299/2002, que trata do uso de agrotóxicos (conhecida como PL do veneno). Os PLs dizem respeito à produção e comercialização de alimentos no Brasil.
Os projetos de leis representam um determinado posicionamento frente à discussão sobre o modelo de desenvolvimento da agricultura no Brasil. Para entender as implicações desses dois projetos de leis é preciso entender qual é o modelo de agricultura que o Brasil vem construindo nas últimas décadas.
No Brasil, 30 milhões de pessoas vivem no campo. Dentre estas pessoas - de acordo com o último censo agropecuário - 16,6 milhões estão ocupadas em estabelecimentos agropecuários e 74% estão distribuídas nos 5,2 milhões de estabelecimentos rurais vinculados à agricultura familiar.
É a agricultura familiar que produz 44% da renda total da agropecuária em apenas 24% da área - menos de ¼ das terras utilizadas pela agropecuária. Ainda assim, é a agricultura familiar que produz 70% dos alimentos consumidos pelos brasileiros e 83% da produção orgânica é proveniente da agricultura familiar.
Esta disparidade na ocupação da terra vem aumentando, a agricultura familiar vem perdendo espaço para a produção de commodities feita por grandes propriedades rurais. Isso decorre da escolha de um modelo de desenvolvimento agrícola construído no Brasil que funciona pela lógica agroexportadora de commodities.
A principal característica desse modelo de desenvolvimento agrícola é a monocultura, que ocupa os outros ¾ das terras cultiváveis no Brasil. Isso significa dizer que a maior parte das terras são direcionadas para o uso do agronegócio. Esse modelo produz principalmente algodão, cana-de-açúcar, carne bovina, milho e soja, todas commoditiesdirecionadas para a exportação. A economia brasileira hoje, funciona, em grande medida, baseada nas exportações dessas commodities agrícolas.
As exportações de commodities geram, portanto, boa parte do dinheiro estrangeiro que entra no país e é necessário para que o Brasil tenha algum equilíbrio na balança comercial. Este argumento é utilizado para justificar ações no Estado no sentido de fortalecer o modelo agropecuário baseado em grandes propriedades. E são estas ações do governo que tornam este modelo hegemônico. Assim é feita a escolha pelo modelo de desenvolvimento rural brasileiro.
As ações de apoio governamental emergem em forma de políticas públicas – como os projetos de leis - o PL 4576/2016 da comercialização de produtos orgânicos e o PL 6299/2002 do uso de agrotóxicos. São essas políticas que direcionam os financiamentos e os incentivos necessários para que esse ou qualquer outro modelo funcione.
Para se ter ideia, no ano passado, 75% dos créditos do governo foram destinados para o modelo de agricultura convencional, ou seja, o modelo de agricultura que usa agrotóxicos. Esse modelo de desenvolvimento agrícola (em nome da produtividade) tornou o Brasil o maior consumidor mundial de agrotóxicos.
Além disso, esses produtores que utilizam venenos não pagam IPI, PIS e Cofins e têm redução na base de cálculo do ICMS. Ou seja, estamos falando que o Estado brasileiro está optando por um modelo de desenvolvimento que favorece, em grande medida, a agricultura convencional e, por consequência, o uso de agrotóxicos.
Quando a decisão do governo brasileiro em apoiar uma agricultura baseada em agrotóxicos foi tomada, muitas das consequências deste modelo não haviam surgido. No entanto, os problemas se tornaram evidentes e, entre eles, dois se destacam:
i) Segurança alimentar e nutricional: teremos alimentos para todos? Teremos alimentos saudáveis para todos?
ii) Segurança dos seres humanos e da natureza: Os alimentos que consumimos são seguros? A nossa água corre risco de contaminação? O meio ambiente está em risco?
Segurança alimentar e nutricional: os problemas de usar agrotóxicos (o PL diz que agora o nome agrotóxico deveria mudar para defensivos fitossanitários)
Agrotóxico ou defensivos fitossanitários? O nome nesse caso não muda os princípios ativos dos produtos, ou seja, trata-se de venenos. Os agrotóxicos têm como intuito aumentar a produtividade e exterminar pragas que podem colocar as plantações em risco. Entretanto, no meio do caminho, problemas relacionados ao uso do agrotóxico começaram a surgir. Entre os problemas destaca-se a segurança à vida humana.
Hoje, três órgãos estão envolvidos na aprovação do uso de agrotóxicos no Brasil. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) é responsável por avaliar os perigos à saúde humana, à segurança do trabalhador rural e à segurança alimentar. O MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) verifica a viabilidade diante de aspectos agronômicos. O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) analisa os perigos ambientais no que diz respeito ao solo, os ambientes hídricos e à vida animal.
Mesmo com o envolvimento dos três órgãos, muitos institutos de pesquisa, inclusive o INCA (Instituto Nacional do Câncer), apontam a incidência do câncer relacionado ao uso de agrotóxicos. Vários princípios ativos banidos na maior parte do mundo circulam impunemente no Brasil. Ou seja, muitos produtos que causam sérios danos à saúde são colocados na agricultura e levados à mesa do brasileiro.
Mesmo que o Brasil permita o uso de muitos produtos que são banidos em outros países, os autores do PL 6299/2002 consideram que o Brasil é muito restritivo e buscam uma “flexibilização”. O PL pretende “simplificar” o processo de regularização e uso tirando o Ibama e a Anvisa do processo. Excluindo entidades competentes no que se refere à saúde e ao meio ambiente da aprovação do uso de substância potencialmente nocivas à saúde e ao meio ambiente.
Quais seriam os problemas futuros de uma maior flexibilidade no uso desses produtos se hoje problemas graves já são observados?
Segurança ambiental: Ressalta-se ainda que as consequências do PL 6299/2002 não afetam “apenas” saúde e meio ambiente: até a nossa balança comercial pode sofrer as consequências
O uso intensivo e descontrolado de agrotóxicos também gera problemas ambientais graves. A terra e a água já estão, em boa parte, contaminadas pelo uso desses produtos. Nos casos mais graves, os agrotóxicos podem desencadear a morte de várias espécies de plantas e animais, influenciando toda a flora e fauna.
Além disso, poderão impactar diretamente em nossa balança comercial. De acordo com o CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), o mercado brasileiro se mostra como o principal exportador de frutas para a União Europeia. No ano de 2017, a receita cambial com exportação de frutas frescas alcançou mais de US$ 600 milhões, com perspectiva de alcançar a casa de US$ 1 bilhão em 2019. No entanto, o mercado europeu tem se tornado cada vez mais resistente aos alimentos produzidos com o uso de agrotóxicos.
O Brasil, país agrário de dimensões continentais, já apresenta grande dificuldade de regular e fiscalizar o uso dos agrotóxicos e seus impactos ao meio ambiente, e o PL agravará ainda mais o problema, caso aprovado. Na contramão disso, muitos países vêm incentivando a produção e comercialização de alimentos livres dos agrotóxicos, diante dos problemas que o uso dessas substâncias causam à saúde e ao meio ambiente.
No Brasil, o mercado de orgânicos cresce, isso decorre da procura da população por alimentos que não causem danos à sua saúde. O PL em tramitação no congresso vai na contramão disso, criando barreiras ao comércio de produtos orgânicos.
Enquanto se quer flexibilizar o uso de agrotóxicos, o PL 4576/2016 faz com que seja ainda mais difícil comercializar alimentos orgânicos
O PL que trata da comercialização de alimentos orgânicos foi aprovado pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, no dia 15 de junho. Agora, segue na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), e, se aprovado, vai para votação dos deputados no Plenário.
A mudança que o PL promove é fazer com que os agricultores orgânicos tenham apenas duas opções de comercialização: ou buscar a certificação (um selo) ou vender seus produtos diretamente ao consumidor. Portanto, a existência do intermediário que compra produtos orgânicos do agricultor e revende nas cidades deixa de ser possível caso o agricultor não tenha certificação.
A medida não é necessariamente ruim. Existe um movimento que busca estimular o circuito curto de comercialização, a ligação direta entre produtor e consumidor, e os resultados são bons para ambos. No entanto, infelizmente o circuito curto não é de fácil acesso. A realidade hoje é a de que os agricultores possuem forte dependência em relação a intermediários. Hoje, muitos agricultores familiares não possuem estrutura logística, por exemplo, para escoarem sua produção, e os intermediários facilitam seu acesso a mercados e centros comerciais.
Neste sentido, o PL pode trazer benefícios àqueles que possuem melhores condições de distribuição de seus produtos, no entanto se torna uma barreira para aqueles que contam com o auxílio dos intermediários.
No entanto, existem imprecisões no PL e dois aspectos são importantes de destacar: i) o Projeto de Lei não passou por nenhum debate público, ou seja, não foi compactuado com as organizações que trabalham há décadas com alimentos orgânicos no Brasil. Ou seja, esse PL foi feito sem nenhum diálogo social; ii) segundo, o PL possui dois artigos. Há muitas imprecisões e está mal redigido, com pouco detalhamento e esclarecimento sobre a comercialização. Por exemplo, o inciso primeiro diz que a venda direta vai ser realizada exclusivamente por agricultores familiares. Mas, e aqueles que produzem orgânicos e não são encaixados nessa categoria? Eles vão estar vedados de fazer a comercialização direta?
O inciso terceiro diz que as vendas diretas estão relacionadas às propriedades privadas, feiras livres e espaços gerenciados pelo poder público. No entanto, o inciso está tão impreciso, que não aborda, por exemplo, a comercialização dos produtores com o governo a partir de políticas de compras institucionais como o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos).
Essa falta de discussão e diálogo público criou mais obstáculos que irão prejudicar a expansão da produção de alimentos orgânicos. É preciso dar condições para que os agricultores orgânicos avancem e se organizem, antes de se criar uma nova restrição. É preciso evitar que isto se torne mais uma – entre muitas – barreiras à ampliação do acesso à população de produtos de qualidade.
Não é raro observar que há dificuldades imensas na comercialização de orgânicos. As dificuldades ganharam impulso com as denúncias de venda de produtos convencionais como se fossem orgânicos, ocorridos em 2016. O produtor de alimentos orgânicos tem que provar que está adequado. No entanto, o produtor convencional não precisa provar que segue a legislação quanto à quantidade e à forma de uso dos agrotóxicos.
Existe uma espécie de “caça” para provar que os produtos orgânicos não são orgânicos. No entanto, não existe uma preocupação similar em provar que o uso de agrotóxicos atende aos limites legais - enquanto isso os casos de contaminação com agrotóxicos e venda de produtos fora dos padrões se multiplicam.
O que fazer diante destes projetos de lei?
Projetos de lei com o intuito de desburocratizar para facilitar a produção e projetos de lei que garantam ao consumidor a qualidade do que estão consumindo são necessários e muito bem-vindos. No entanto, desburocratizar não pode significar diminuir a rigidez frente à saúde e ao meio ambiente. E garantir a qualidade não pode significar a exclusão de produtores – intensamente comprometidos com a qualidade dos alimentos – da possibilidade de participar dos mercados.
Agradecimentos: Fernando Marcel T. Martins, engenheiro ambiental, permacultor e fomentador da agricultura ecológica, e Associação de Agricultura Natural de Campinas e Região (ANC).
* Carolina Bueno é pesquisadora pelo Núcleo de Economia Agrícola e do Meio Ambiente da Unicamp e doutoranda pelo Instituto de Economia da Unicamp;
Lilian de Pellegrini Elias é economista pela Universidade Federal de Santa Catarina e doutoranda em Desenvolvimento Econômico pelo Núcleo de Economia Agrícola e Meio Ambiente /Unicamp;
Grazielle Cardoso é economista pela Universidade Federal de São Carlos e mestranda em Desenvolvimento Econômico pelo Núcleo de Economia Agrícola e Meio Ambiente/Unicamp
O espetáculo foi criado pelos alunos do Programa Arte Viva
Foto: Waldir Junior/Cultura
A profesora Lorena em perfomence do vídeo do cineasta Waldir Júnior, foi responsável pelo festival que aconteceu no CEU da Artes
Luiz Atônio Costa
Num trabalho de formiguinha, com muita paciência e com muita persistência da atual secretária de Cultura de Patrocínio, Eliane Nunes(e dos ex-secretários de Cultura do governo anterior), o anfiteatro do CEU das Artes, vai ganhando importância fndamental no desenvolvimento na cultural local. No último dia 14 de julho, sábado, com um grande público, aconteceu o Festival de Dança “O Imaginário”.
O espetáculo, com 13 números de dança (solos, duplas, trios e grupos) e uma participação especial da APAE Patrocínio, foi criado pelos alunos do Programa Arte Viva, de diversas faixas etárias, que fazem aulas há apenas cinco meses no CEU das Artes.
Sob a supervisão e direção geral da professora Lorena Corrêa, saltos, giros, flexibilidade, emoção, o corpo livre movido pela imaginação foi a dinâmica das coreografias.
Segundo a secretária Municipal de Cultura, Eliane Nunes "a professora de dança Lorena Corrêa, assumiu o compromisso de realizar, apesar do pouco tempo que tinha fez um trabalho maravilhoso que emocionou a todos".
Revitalização. O festival faz parte de um processo de revitalização do CEU das Artes. A biblioteca foi ampliada, a escola de computação foi reequipada, os cursos agora oferecem certificação em informática. Também estão sendo ministradas aulas de teatro, dança e ginástica, do Programa Arte Viva, que a Prefeitura Municipal de Patrocínio desenvolve, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Fundação Casa da Cultura, com aulas de várias modalidades artísticas para as escolas municipais, estaduais e entidades filantrópicas da cidade e alcança mais de 3000 famílias.
Conservatório. A última semana foi marcada ainda por apresentações dos alunos do Conservatório Municipal de Música Dr. José Figueiredo e do Núcleo do Programa Arte Viva atendido no CEU das Artes encerrando as atividades desenvolvidas no primeiro semestre.
De segunda a quinta-feira, os alunos do Conservatório Municipal realizaram recitais pedagógicos por áreas, a fim de apresentar às famílias a nova metodologia de ensino que está sendo adotada em 2018.
Segundo o diretor do Conservatório, Edson de Sá Júnior “as apresentações surpreenderam, pois os alunos mostraram ao público muita dedicação e disciplina, e os pais puderam conferir a evolução de cada um”.
Ainda de acordo com informações do diretor Edson, no fim do ano haverá novos recitais, dessa vez para conclusão de nível e entrega de certificados. Atualmente o Conservatório oferece cursos de acordeon, baixo, bateria, guitarra, violão, piano, teclado, saxofone, violino, violoncelo, viola caipira, musicalização infantil, grupos de corais e práticas de conjunto. Além do instrumento, dentro da grade curricular dividida nos níveis I, II e III, os alunos têm aulas de percepção musical, canto e teoria.
A secretária de Cultura diz as apresentações contemplaram apenas uma parte do público que é atendido pelos programas desenvolvidos pela Secretaria e pela Fundação Casa da Cultura. “Os demais núcleos do Programa Arte Viva já estão em preparação para um espetáculo em conjunto planejado para a Semana da Criança” informou a Secretaria.
Para mais informações sobre o Programa Arte Viva e a as aulas de dança no CEU das Artes ligue para Secretaria Municipal de Cultura, telefone (34) 3831-5192, ramal 22.
Derivado da aspirina inibe proteína que pode estar associada a tumores
Aristóbolo e Fernanda: caminho aberto para investigações em torno do uso do salicilato de sódio sobre a resposta celular a proteínas mal dobradas . Foto: Foca Lisboa / UFMG
Ana Rita Araújo
Presente na organela celular retículo endoplasmático, a proteína ATF6alfa é sensível à ação do salicilato de sódio (NaSal), um derivado da aspirina. A descoberta, relatada em tese defendida no ICB, indica novo alvo terapêutico para um dos analgésicos, antitérmicos e anti-inflamatórios mais utilizados no mundo e abre caminho para novas investigações do seu uso sobre a resposta celular a proteínas mal dobradas, fenômeno que pode estar associado ao desenvolvimento de tumores. As linhas gerais do estudo estão descritas na reportagem de capa da edição 2.023 do Boletim UFMG.
“Alguns estudos sugerem que a ATF6alfa está relacionada ao desenvolvimento e à progressão de alguns tipos de tumores. Por isso, é promissora a constatação de que um medicamento amplamente consumido e estudado tem ação sobre ela”, explica a autora do trabalho, Fernanda Lins Brandão Mügge. As proteínas mal dobradas causam o chamado estresse do retículo endoplasmático, em situações como falta de oxigênio ou de nutrientes, além de infecções virais e doenças genéticas. A má-formação resulta na ativação de três proteínas – Perk, IRE1 e ATF6alfa. Nos testes em laboratório, o salicilato de sódio inibiu a ativação e função de ATF6alfa, impedindo sua atuação no interior das células.
Segundo a pesquisadora, o estabelecimento de nova conexão entre os efeitos dos salicilatos e uma via da resposta a proteínas mal dobradas contribui para o entendimento dos efeitos biológicos dessa classe de fármacos e pode auxiliar na compreensão do mecanismo pelo qual o tratamento prolongado com aspirina resulta na prevenção do desenvolvimento de tumores em diferentes tecidos. “É um achado importantíssimo”, comemora o orientador do trabalho, professor Aristóbolo Mendes da Silva, do ICB, lembrando que há uma infinidade de estudos à procura de alvos para diversas moléculas.
“Digamos que nos próximos anos haja a confirmação de que a ATF6alfa esteja associada ao mau prognóstico de câncer. O fato de sabermos que essa proteína é inibida pela aspirina traz muitas vantagens. Em primeiro lugar, seria possível desenvolver protocolo terapêutico em associação com outros fármacos. Além disso, o acesso ao tratamento seria em princípio facilitado, devido ao baixo custo”, afirmou o orientador.
Expressão reduzida. “Como o papel da proteína nas respostas celulares induzidas pelos salicilatos não havia sido investigado, nosso objetivo principal foi caracterizar a expressão e ativação de ATF6alfa em células tratadas com NaSal”, comenta Fernanda. Ela demonstrou que a inibição da atividade transcricional da molécula ATF6a reduz a expressão de diversos genes-alvo de ATF6alfa responsivos ao estresse do retículo endoplasmático. Fernanda, que já havia estudado os salicilatos em seu mestrado, também tratou do tema em sua tese de doutorado, e grande parte dos resultados encontra-se no artigo Aspirin metabolite sodium salicylate selectively inhibits transcriptional activity of ATF6alfa and downstream target genes, publicado em agosto de 2017 na revista Scientific Reports, da editora Nature.
A pesquisadora explica que o retículo endoplasmático é uma organela celular responsável pela síntese e por modificações de muitas proteínas, tanto as que permanecem nas células como outras que são secretadas. Perturbações da homeostase dessa organela, ocasionadas pelo acúmulo de proteínas mal dobradas, dão início à resposta ao estresse no retículo endoplasmático. “A ativação dessa resposta leva a célula a interromper a tradução de novas proteínas e a iniciar um programa de ativação transcricional de genes que aumentará a capacidade da célula de dobrar corretamente ou degradar as proteínas mal dobradas”, explica.
O tratamento com NaSal inibiu a ativação de ATF6alfa induzida por vários agentes indutores de estresse do retículo endoplasmático, em diferentes tipos celulares. Também demonstrou que o salicilato de sódio é capaz de restringir a ativação de ATF6alfa e inibir a expressão de um conjunto específico de genes responsivos ao estresse do retículo.
Salgueiro. Presente em frutas e legumes, o ácido salicílico foi descoberto no século 18, quando o clérigo inglês Edward Stone fazia infusão da casca de salgueiro para tratar pacientes com dores e inflamações. Extraído o princípio ativo, o laboratório Bayer, da Alemanha, sintetizou essa molécula e passou a comercializar o ácido acetilsalicílico.
Recentemente, outro grupo de pesquisa propôs um mecanismo para inibir a ativação da molécula ATF6alfa, o que evidencia a importância desse alvo. Contudo, como lembra Fernanda Lins Brandão Mügge, o desenvolvimento de novo caminho farmacológico é demorado: “São no mínimo dez anos de testes clínicos para saber se realmente pode ser utilizado em humanos. Já o ácido acetilsalicílico foi sintetizado pela primeira vez há 120 anos e é amplamente utilizado, no mundo inteiro, com conhecidos efeitos no organismo.”
Texto de Ana Rita Araújo / Boletim UFMG 2.023
Tese: Efeitos do fármaco anti-inflamatório salicilato de sódio sobre o ramo da via de proteínas mal dobradas mediada pelo fator de transcrição ATF6alfa
Autora: Fernanda Lins Brandão Mügge
Defesa: março de 2018, no Programa de Pós-graduação em Biologia Celular.
Orientador: Aristóbolo Mendes da Silva, do Departamento de Morfologia do ICB, pesquisador PQ-2 do CNPq
Identificação |
Descrição |
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4491000 |
AUXILIAR ADMINISTRATIVO Vaga destinada para pessoa com deficiência. (PCD). |
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4554463 |
AUXILIAR DE COZINHA Trabalhar em restaurante/choperia. Horário de trabalho: 17:30 até 02:00. Possuir condução própria.com experiência |
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4520895 |
AUXILIAR DE LIMPEZA Serviços gerais vaga destinada a PCD |
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4353837 |
AUXILIAR DE LIMPEZA Auxiliar os oficiais na área de mecânica, elétrica, caldeira, solda, transportar caixas de ferramentas, materiais de consumo, maquinas e equipamentos, auxiliar na demolição em obras civis utilizando maquinas serão treinados para o uso, vaga não exige experiência. Vaga para deficiente físico. |
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4556693 |
AUXILIAR DE LIMPEZA Limpeza do local.Com experiência. |
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4540302 |
AJUDANTE DE OBRAS Trabalhador braçal, sinalizar, manuseio de pá, enxada, etc. Trabalhador deve residir em São João da serra negra ou Guimarania. |
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4226207 |
BABÁ Cuidar de duas crianças e demais serviços da residência. Obrigatório morar na fazenda a 50km de Patrocínio. Apresentar referências.Com experiência. |
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4549419 |
CASEIRO Casal para morar na fazenda a 50 Km de Patrocínio. Fazer todos os afazeres e cozinhar para a família quando estiverem na fazenda.Com referências. |
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4543070 |
CONSULTOR DE VENDAS Vendas externas de consorcio de moto. Horário de trabalho 08:00 AS 18:00. CNH A |
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4519239 |
CONSULTOR DE VENDAS Irá atuar na área comercial com prospecção de novos alunos, atendimento ao público interno e externo, relacionamento com clientes, divulgação de cursos de idiomas e busca de parcerias e convênios. Perfil dinâmico, facilidade em negociações, boa comunicação, empatia e ter habilidade comercial; |
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4467111 |
COZINHEIRO DE RESTAURANTE Com experiência comprovada. Horário de trabalho 07:00 as 15:00hs |
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4549626 |
COZINHEIRO GERAL Com experiência na função. Disponibilidade de horário. |
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4537462 |
ELETRICISTA DE MANUTENÇÃO INDUSTRIAL Com experiência na função, nr 10 |
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4547579 |
ELETRICISTA Eletricista para caminhões com experiência em elétrica de automóveis. Trabalhar com toda parte elétrica dos caminhões. |
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4546962 |
ENCARREGADO DE MONTAGEM Acompanhar atividades de montagem e desmontagem de estruturas tubulares, orientando subordinados de acordo com procedimentos etapas planejadas p/trabalho. Analisa necessidades realização de horas extras. Assessora equipe nas atividades. Executa e orienta a execução de trabalho de forma segura com utilizando os epi's e epc's. Observa riscos do local dos equipamentos. |
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4564965 |
ENCARREGADO DE HORTIFRUTIGRANGEIROS Irá selecionar as bancas com as mercadorias que não estão em boas condições de consumo, acompanhar os descartes das mercadorias estragadas, que serão encaminhadas ao lixão, fazer check list, alterar preço das mercadorias de acordo com as mercadorias recebidas, dentre outras funções determinadas pelo superior imediato. Exige ensino médio completo. Desejável experiência, informática, conhecimento em cálculo. |
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4563884 |
FIEL DE DEPOSITO Auxiliar de deposito: conferem e armazenam produtos em depósitos, com experiência, desejável ensino fundamental completo, noções de computação, agilidade. |
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4554489 |
GARÇOM Trabalhar em restaurante/choperia com ou sem experiência. Horário de trabalho: 17:30 até 02:00. Possuir condução própria. |
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4548427 |
GARÇOM Com experiência. Para trabalhar no período da noite começa 18:00 |
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4456844 |
MECANICO DE MANUTENÇÃO DE BOMBAS Mecânico de bombas e máquinas agrícolas, motor a diesel e gasolina. Com conhecimento na área |
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4502473 |
MECANICO DE MANUTENÇAO DE CAMINHAO A DIESEL Realizam manutenções de caminhões, linhas pesadas. Mecânico formado. Com experiência. |
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4535712 |
MECANICO DE MANUTENÇÃO DE MAQUINA INDUSTRIAL Experiência na função, curso de formação na área de manutenção industrial. Médio completo |
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4392536 |
MECANICO DE MAQUINA AGRICOLA “Experiência na função 2 anos ctps” Realizam manutenção em máquinas pesadas e implementos agrícolas. Preparam peças para montagem de equipamento; realizam manutenções, inspecionam e testam o funcionamento de máquinas e equipamentos. |
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4532888
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MECANICO DE MANUTENÇAO DE MAQUINAS AGRICOLAS Mecânico de maquinas agrícolas na empresa, montagem de maquinas, equipamentos. Com experiência. |
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4546913 |
MONTADOR Regulagem e ajuste de estruturas tubulares p/ acesso à manutenção de equipamentos nas dependências da empresa e atendimento a clientes. Observar os riscos do local e equipamentos próximos ao ponto e montagem/ desmontagem das estruturas obedecendo as regras do montador. Executar o trabalho de forma segura com uso de EPI e EPC, zelando por equipamentos e ou bens disponibilizados. |
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4563724 |
MOTOFRETISTA Com experiência. Possuir CNH “AB”. |
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4535867
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OPERADOR DE MAQUINAS FIXAS EM GERAL Operador de maquinas de tratamento de efluentes. Desejável experiência. Desejável curso de operador de maquinas. Disponibilidade para trabalhar 12x36. |
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4532722 |
OPERADOR DE MAQUINAS DE BENEFICIAMENTO DE PRODUTOS AGRICOLAS Operar (manuseio) da máquina. Ira ficar alojado na fazenda. Maquina ambulante.com experiência e referência. Possuir habilitação C ou D. |
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4544233 |
PANFLETEIRO Entregar panfletos de consultório dentário. Sem experiência |
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4536048 |
PROFESSOR DE INGLES Necessária experiência em lecionar o idioma ou vivência internacional. Ira preparar e lecionar aulas de acordo com a metodologia da franquia, aplicando atividades extras e acompanhamento do desenvolvimento dos alunos; |
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4511332 |
QUITANDEIRO NO COMERCIO VAREJISTA Fazer quitandas em geral para o hotel.Com Experiência. |
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4564972 |
REPOSITOR DE SUPERMERCADOS Sem experiência, desejável fundamental completo. Disponibilidade de horário. |
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4535613 |
SUPERVISOR DE VENDAS NO VAREJO Atender os objetivos comerciais dos departamentos da loja, como: exposição, precificação, garantia do sortimento, receita e rentabilidade; viabilizar o atingimento das metas de vendas, garantindo a qualidade do atendimento prestado pela equipe. Analisar o desempenho dos departamentos da loja; avaliar a disposição de mercadorias nos seus departamentos; emitir requisição de mercadorias ao estoque; supervisionar o inventário; analisar relatórios. Curso superior em administração, gestão comercial, RH. |
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4520929 |
SUPERVISOR DE COMPRAS Controlar suprimentos de compra, almoxarifado, serviços de nutrição. Superior em administração ou afins.com experiência. Desejável logística ou pós-graduação. Ter forte poder de negociação; |
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4554638 |
TRABALHADOR DA PISCICULTURA Trabalhar no tratamento de peixes locomoção com os barcos na represa. Possuir arrais (habilitação de barco) para trabalhar na agua, barqueiros e trabalho braçal. |
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4564498 |
TRABALHADOR RURAL Com experiência em lavoura de café. Ficar alojado |
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4506256 |
TORNEIRO MECANICO Torneiro mecânico com experiência. |
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4505897
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TORNEIRO MECANICO 1 vaga para torneiro mecânico com experiência. Curso técnico de torneiro. Segunda a sexta com horário de trabalho 07:30 as 11:18 de 13:00 18:00. 1 vaga para fresador com experiência |
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4558607 |
TORNEIRO MECANICO Com experiência. |
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4518118 |
TECNICO EM EDIFICAÇÕES Com experiência na área de ferrovia. Possui técnico em edificação (estrada, elétrica, mecânica, mecatrônica); |
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4534205 |
TECNICO EM MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE INFORMATICA Serviços de manutenção configuração e montagem de computadores e periféricos, manutenção de redes e atendimentos ao cliente interno e externamente. Horário de trabalho 08:00 as 11:30/13:00 as 18:00, saindo as sextas feiras as 17:00. |
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4539753 |
TECNICO EM MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE INFORMATICA Técnico em manutenção em celulares. Saber concertar celulares.Com experiência; |
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4546899 |
TECNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO TECNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO JUNIOR: Conferir, assessorar, analisar, redigir documentação de segurança e saúde do trabalhador exigida para a empresa e também p/as obras, visando atender a legislação vigente, controlando calendários, acompanhando as providencias até solução p/responsáveis. Realizam visitas a obras e colaboradores da empresa de acordo com cronogramas estabelecidos ou necessidades eventuais. Verifica a utilização de epi's e epc's, observa as condições do trabalho determinando fatores de risco; |
Para consulta às vagas e participação nos processos seletivos, é obrigatória a apresentação dos documentos abaixo:
- Carteira de Trabalho
- CPF
- Carteira de identidade
- Comprovante do PIS/PASEP
- Carteira de habilitação para candidatos às vagas que exigem carteira de motorista
- Currículo (para entrevista com empregador)
Horário de atendimento do SINE: das 08h às 17h, de segunda a sexta-feira.
Av. Rui Barbosa, 706 - Sala 29 - Centro - Patrocínio/MG CEP: 38.740-014 – (34) 3831-6090
Para ele, proposta não tira poderes de órgãos do meio ambiente e saúde
“Queremos agilizar o uso de novas moléculas no Brasil, coisa que tem demorado muito”, diz o ministro da Agricultura(Foto: Agencia Brasil|Divulgação)
Do Jornal do Brasil
O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, defendeu o projeto, em tramitação na Câmara dos Deputados, que trata do registro, da fiscalização e do controle dos agrotóxicos no país, flexibilizando o uso desses produtos no território brasileiro. Segundo Maggi, a proposta não tira poderes dos órgãos de controle ambiental e da área de saúde, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), mas acelera o prazo para registro de pesticidas com fórmulas menos prejudiciais do que as atualmente usadas no país.
Desde que o projeto avançou na Câmara, entidades ligadas à defesa do meio ambiente e à saúde têm alertado para o risco das regras propostas, incluindo o Instituto Nacional do Câncer (Inca) e a Anvisa, ambos vinculados ao Ministério da Saúde, e o Ibama, ligado ao Ministério do Meio Ambiente. Esses órgãos se manifestaram publicamente contra o projeto, reforçando a posição dos ambientalistas, que prometem recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para evitar a implementação da proposta, que foi aprovada em comissão especial da Câmara, na semana passada.
Segundo nota publicada no portal da Anvisa, a agência perderá a competência de realizar a reavaliação toxicológica e ambiental desses produtos. "A Anvisa vai continuar mantendo sua posição de mostrar os prejuízos e riscos que esse projeto, caso aprovado, trará para a saúde da população, até a última instância possível", afirmou o diretor-presidente da Anvisa, Jarbas Barbosa, ao participar do programa NBr Entrevista, da TV NBr. O Inca alertou para os riscos à saúde das pessoas que trabalham com agrotóxicos e que consomem água ou produtos contaminados.
Maggi afirmou que o debate começou em 2002, quando ele apresentou no Senado um projeto para que o registro dos agrotóxicos se desse pelo nome científico do produto e não pelo nome comercial. Para ele, essa mudança facilitaria o registro dos pesticidas, uma vez que as empresas poderiam usar a autorização já concedida a produtos com o mesmo princípio ativo. "Quando cheguei ao Ministério da Agricultura, procurei o Ministério do Meio Ambiente para termos uma adequação. Queremos agilizar o uso de novas moléculas no Brasil, coisa que tem demorado muito. Algo em torno de oito, 10, 12 anos para um novo produto entrar no portifólio do que as fazendas podem usar", argumentou.
Segundo o ministro da Agricultura, a legislação estabelece que o registro de um novo produto só é possivel se for menos tóxico do que o retirado do mercado. "Enquanto não temos novos, estamos usando os velhos. E os velhos são mais tóxicos, os velhos são mais perigosos. Não estamos fazendo apologia de uso maior de inseticida ou ao não controle ou não cuidado", argumentou.
Maggi disse que o projeto não tira a responsabilidade do Ibama e da Anvisa na liberação dos agrotóxicos, mas passa a coordenação dos registro para o Ministério da Agricultura. "A coordenação fica com o Ministério da Agricultura, mas os outros órgãos devem falar. Qualquer veto da Anvisa ou do Ibama será observado, e esse produto não vai andar", afirmou.
Os agrotóxicos, conforme Maggi, são necessários para que o Brasil mantenha-se entre os maiores produtores de alimentos do mundo. Pelas características do Brasil – um país tropical, com alta temperatura e umidade – é necessário o controle de pragas, insetos e plantas daninhas. "Então é criado um ambiente hostil de confronto que não é a realidade. Nós agricultores não usamos produtos agrícolas porque gostamos. Usamos porque somos obrigados, senão não produzimos", afirmou.
Selo
Segundo o ministro, os produtos agropecuários brasileiros têm conquistado cada vez mais mercado no exterior e, consequentemente, enfrentado mais barreiras. A produção rural brasileira hoje chega a cerca de 180 países. "Há um conjunto de coisas que foram feitas que habilitam o Brasil a ser um grande concorrente, aí sofremos embargos", disse o ministro.
Um dos caminhos para vencer as resistências do mercado internacional, que impõe barreiras ambientais e fitossanitárias aos produtos brasileiros, será o lançamento do selo Good for Nature, ainda neste mês. Os produtos brasileiros exportados terão uma marca e um código que permitirão o acesso a todas as informações da cadeia produtiva. Será possível identificar as condições fitossanitárias e ambientais em que o bem foi produzido, as relações trabalhistas e as rações usadas, por exemplo.
"Espero que seja uma prática adotadas por todos os exportadores brasileiros. O QR code vai informar se o produto foi produzido de forma ambientalmente correta, se as relações trabalhistas são corretas, se condições fitossanitárias estão corretas", explicou.
Publicado pela Agência Brasil e no Jornal do Brasil
Revisão das diretrizes de jornalismo divulgadas pelo Grupo Globo coleciona críticas de entidades de classe
Júlia Dolce, Brasil de Fato e 247
A presidente da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas), Maria José Braga, anunciou nesta quinta (5) que a assessoria jurídica da organização já está preparando uma ação para apresentar ao Ministério Público e à Procuradoria Geral do Trabalho contra as normas anunciadas pela Rede Globo no último domingo para impedir seus profissionais de expressarem-se em redes sociais. "A Constituição Brasileira preza pela democracia e pelas liberdades individuais e coletivas, asseguradas inclusive nas cláusulas pétreas. Então as empresas têm que observar esses direitos antes de baixarem suas normas. Seus trabalhadores são, antes de mais nada, cidadãos brasileiros", afirmou.
A revisão das diretrizes de jornalismo divulgadas pelo Grupo Globo coleciona críticas de entidades de classe. Sindicatos e associações de profissionais consideram que, por proibir a jornalistas da casa quaisquer manifestações em seus perfis pessoais nas redes sociais que possam "comprometer a percepção" de que o Grupo Globo é "isento", é um tipo de cerceamento da liberdade de expressão.
A atualização aos Princípios Editoriais da empresa, divulgados pela primeira vez em 2011, ocorreu por meio de uma carta do presidente do Conselho Editorial do Grupo, João Roberto Marinho. No documento, Marinho justificou as diretrizes como necessárias para evitar que a isenção da profissão seja comprometida, ou a imagem da empresa, manchada.
Entre as diretrizes, por exemplo, estão a proibição de compartilhar mensagens que revelem posicionamentos políticos, partidários ou ideológicos, até mesmo em mensagens privadas no Whatsapp; de curtir postagens realizadas por figuras políticas; e até mesmo de criticar publicamente marcas ou produtos, como hotéis e restaurantes.
Por fim, as diretrizes estabelecem que, em caso de dúvida, a única solução para o jornalista é "consultar sua chefia".
Em nota, a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) destacou que repudia a ação do Grupo Globo, por afrontar os direitos e garantias fundamentais da Constituição Federal referentes à liberdade de manifestação de pensamento.
"Ao impor as novas 'diretrizes', o Grupo Globo amordaça os seus profissionais, estabelecendo a censura prévia. As 'diretrizes' aparecem como 'recomendações', mas fica evidente que quem não segui-las será responsabilizado e sofrerá consequências", destaca o texto.
Para Marcos Urupá, coordenador do Intervozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social, ao estabelecer tais diretrizes, o Grupo Globo cria uma confusão entre a vida profissional e privada dos jornalistas.
"O profissional jornalista, regido pelo seu próprio código de ética, já tem o compromisso de divulgar com máxima precisão, objetividade e apuração os fatos narrados e apurados jornalisticamente. Isso não se confunde com a opinião privada do profissional. Compreendemos que essa posição é completamente equivocada, não se aplica às atuais estruturas sociais com acesso à internet e conexões móveis. É uma contradição com o atual mundo que vivemos e uma penalização do profissional que não tem nada a ver com o que a empresa pensa", disse.
Tendência. Nos últimos tempos, diretrizes do tipo vêm sendo colocadas por outros veículos de imprensa. Em outubro do ano passado, o jornal Folha de S.Paulo divulgou um código de normas que foi acrescentado ao Manual da Redação, afirmando que revelar preferências partidárias ou futebolística e escolher lados em situações "controversas" "tende a reduzir a credibilidade do jornalista e da Folha".
O comunicado da Folha foi divulgado logo após a demissão do jornalista Diego Bargas, por ter realizado "perguntas inconvenientes" ao apresentador Danilo Gentili em uma entrevista, e, logo em seguida, ter sido perseguido pelos fãs de Gentili nas redes sociais por conta de seus posicionamentos políticos.
Em dezembro de 2017, a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) também aprovou um código de conduta que dita regras que vão desde como os funcionários devem se vestir até a forma como devem se comportar em seus perfis nas redes sociais, e foram duramente criticadas pelos seus funcionários.
Segundo Gésio Passos, Coordenador Geral do Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal e Funcionário da EBC, a empresa tem realizado uma perseguição política dos funcionários que divergem de nova linha editorial imposta pelo governo golpista de Michel Temer (MDB).
"A EBC tenta castrar seus empregados a partir de punições mas ela, de fato, sem um processo administrativo, não pode demitir os empregados. Não chega a esse cúmulo que a Globo está fazendo. Lá, a tentativa de censurar os jornalistas faz parte de uma nova política da empresa de impedir que os empregados tenham opiniões diversas de sua linha editorial, e com isso, criando polêmica sobre sua própria cobertura que ela afirma ser isenta, e a gente sabe que não é, como a de nenhum veículo", destacou.
Maria José Braga destacou também situações em que ações sindicais foram bem sucedidas contra veículos que tentaram cercear a liberdade de seus empregados. Foi o caso do jornal O Povo de Ceará, que recebeu um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) do Ministério Público do Trabalho (MPT), durante as eleições de 2016, após colocar diretrizes para o comportamento de seus jornalistas.
"Não é a primeira vez que isso ocorre nem uma exclusividade do Grupo Globo, mas o que chamou a atenção nesse caso é que as restrições são muito amplas, e são colocadas para a vida privada de um jornalista. Nunca tinha havido uma restrição tão grande", pontuou.
Procurada, a assessoria de imprensa do Grupo Globo afirmou que não conseguiria responder às denúncias até a publicação desta reportagem.
Publicado no Brasil 247
"Se quiserem um presidente fraco escolham um desses com conversa fiada aqui pra vocês", retrucou o ex-ministro da Integração Nacional
Foto: Divulgação CNI
O pré-candidato do PDT à presidência da República, Ciro Gomes, em evento de empresários da Confederação Nacional da Indústria
Por Felipe Martins*
O pré-candidato do PDT à presidência da República, Ciro Gomes, reagiu com bom humor à vaia que ouviu em evento de empresários da Confederação Nacional da Indústria. O painel com presidenciáveis foi realizado nesta quarta-feira (4) em São Paulo. Ao discorrer sobre a Reforma Trabalhista, Ciro disse que iria reunir patrões e empregados para revisar a legislação aprovada pelo governo de Michel Temer.
“Meu compromisso com as centrais sindicais é trazer essa bola de volta ao meio de campo”, afirmou.
Parte da plateia de industriais ficou incomodada com a proposta do ex-governador do Ceará e rebateu com vaias. Ele parou por alguns segundos e com um sorriso de canto de boca, respondeu:
“Pois é, vai ser assim mesmo. Se quiserem um presidente fraco escolham um desses com conversa fiada aqui pra vocês”, retrucou o ex-ministro da Integração Nacional do Governo Lula.
Ele prometeu rediscutir pontos da Reforma Trabalhista que definiu como “selvageria”: o trabalho intermitente e o de mulheres grávidas em locais insalubres. Na saída do evento, Ciro disse que as vaias não o incomodaram. “Fui vaiado por uma pequena fração. Não estou nem um pouco preocupado com o fato de receber agressão por defender trabalhador. Meu lado é da classe trabalhadora. Só acho que a melhor forma de prestigiar a classe trabalhadora é prestigiar quem produz junto com eles.
Participaram do “Diálogos da Indústria com os candidatos à Presidência da República”, os pré-candidatos Geraldo Alckmin (PSDB), Marina SIlva (Rede), Jair Bolsonaro (PSL), Henrique Meirelles (MDB), e Álvaro Dias (Podemos).
*Publicado na Revista Forum
Assista à sabatina de Ciro Gomes na CNI